Montessori

Vida prática – horta em casa

Semear, regar e cuidar. Colher e comer. São 19 meses e o desejo de aprender cada vez mais.

Esta atividade deve ser preparada pelo adulto. A partir dos 3 anos já será capaz de a realizar sozinha. Antes dessa idade pode ser acompanhada por um adulto.

Observar este processo demorado é obra! A paciência que a criança demonstra ao ver crescer as sementes é fantástico. Regar apenas quando é necessário. Saber quando se pode apanhar… E finalmente comer.

Ela reage a tudo isto consoante a sua maturidade e desenvolvimento. Só adulto basta estar presente e preparar o ambiente.

Semeamos rúcula no vaso da varanda. Quando estava pronta para ser apanhada grelhamos carapaus! Delicioso!!

Vida prática – sumo de laranja

Vida prática – sumo de laranja 2

Esta é mais uma atividade que a criança se delicia com o resultado final…um suminho delicioso de laranja.

Deve ser preparada pelo adulto.

A criança poderá ter maior ou menor dificuldade, em a realizar, consoante a idade.

É de salientar que as atividades têm como um dos objetivos criar autonomia à criança, por isso é importante perceber se ela já estará pronta para a fazer.

Aqui por casa fazemo-la várias vezes. Sabemos que o F., ainda, não a faz sozinho mas fica muito contente em participar nela e beber o sumo depois de feito. Nham, nham

Escolher a fruta, corta-la com cuidado. Espremer suavemente com mão. Deitá-la para o jarro de vidro e depois para o copo.

Tantas tarefas!! Feitas ao ritmo da criança e com muita paciência. Elas aprendem rápido …

As nossas tarefas diárias

As nossas tarefas diárias 1

Todas as famílias têm tarefas diárias. Lavar a loiça, fazer a cama, varrer o chão, limpar o pó… entre muitas outras. Os filhos gostam de imitar os pais. Em tudo! E gostam tanto de limpar a casa…

Maria Montessori ensina-nos que para nós, o trabalho é o mesmo que brincar para as crianças. Claro que não o fazem da mesma forma que nós mas tenho a certeza que o fazem com muito amor dando o melhor que sabem!

Algumas tarefas:

  • Pôr a roupa na máquina.
  • Lavar a loiça.
  • Tratar das plantas.
  • Estender e apanhar a roupa.

Devemos ver isto como um processo em que desenvolvemos as relações interpessoais, a confiança, a concentração e o foco. A motricidade fina e motricidade grossa. Os 5 sentidos!

As crianças são, ainda, mais crianças! Encontram um sentido para aquilo que fazem. Fazem para serem cada vez mais perfeitas. Apenas isto!

Sonhos de pais

O sonho de qualquer mãe e pai é que o seu(s) filho(s) seja(m) bem sucedido (s).

Desde cedo os pais fazem sacrifícios pelos filhos. Sim, sacrifícios! No nosso caso sem qualquer mágoa. Com tranquilidade e esperança! Dará resultado? Claro que sim!

O que penso, muitas vezes, é que por ser uma mãe tardia muitas coisas não irei viver com o meu filho! Até lá… é fazer o melhor de nós! Educar para a paz!

Paragem

É tão bom quando no meio de uma semana de trabalho, o pai, está connosco!

Passear em família! Não é preciso fazer grandes distâncias nem fazer grandes visitas planeadas, mas ajuda ir a lugares onde nos sentimos bem! Perto do mar!

Olhar o horizonte, respirar fundo, sorrir e agradecer. Já fazemos, isto, os três! O F. gosta de respirar fundo! Gosta de sorrir e rir. Gosta de dar abraços e beijinhos. É possível fazer muito com tão pouco (achamos nós).

E aproveitamos para apreciar a natureza e tudo aquilo que ela nos dá. O mar. Os animais que podemos encontrar na água. O céu e os passarinhos. Ouvir o seu canto. Observar e estar atento. Não ter pressa para ir embora mas ter o ritmo do bebé (nem sempre é fácil).

Agradecer por sermos família. Família imperfeita e feliz. Agradecer a cada um de nós. Somos os três diferentes e gostamos muito de estar juntos. Agradecer a Deus que nos ama e cuida de nós.

Cuidar. Agradecer. Ser feliz todos os dias.

Paragem

Dia do Pai

Dia do pai 2

Hoje é um dia especial. Dia do Pai! Cá em casa celebramos, todos os dias, o Dom da Vida mas hoje relembramos o quanto o Pai Fred é importante para nós.

Este foi o cartão que o F. desenhou para o Pai e estava tão feliz quando o ofereceu…

Embora haja muita oferta de livros sobre o Pai e para o Pai, gostei do que mostro no imagem. Tem uma ilustração em que se identifica bem as personagens do Pai e do Filho. E a história conta, muito parecido, o que fazem ambos cá em casa.

Brincam, fazem comida, abraçam-se muito, contam histórias e dormem juntos. Quando a Mãe não está, é uma alegria!

Também, hoje, é dia de São José. Há poucos relatos da sua vida mas imagino ele a brincar com Jesus e a ensinar-Lhe o ofício de carpinteiro. Nós gostamos muito de José!

Feliz dia!

Aprender a andar

Aprender a andar

As crianças aprendem a andar sozinhas! Umas mais cedo do que outras, mas não conheço nenhum jovem ou adulto que não tenha aprendido a andar… E por isso é importante estarmos atentos ao que fazemos para os ensinar a andar.

Maria Montessori dá um excelente contributo sobre isso. Diz-nos que ela (a criança) quando dá os primeiros passos quer-se aperfeiçoar e por isso gosta de caminhar só por caminhar…

Ao contrário do adulto, ela quando caminha não tem como objetivo ir ao supermercado, ou à papelaria.. ela anda sem destino, sem hora marcada. Gosta de parar, de voltar atrás. De apanhar o que encontra no chão. De observar os carros a passar ou as flores e as árvores na beira da estrada.

Montessori diz que a criança quando aprende a andar e tem passos sólidos consegue percorrer 2 km.

Decidimos cá em casa fazer esta experiência, o F. andar o máximo possível a pé. Compramos um carrinho, por via das dúvidas, mas está arrumado! Usei algumas vezes quando saía sozinha com o F. e precisava de me movimentar depressa. Optamos pelo porta bebés até aprender a andar. Agora, é colinho ou perninhas a mexer… Já anda muito e acompanha-nos para todo o lado.

Em casa anda sempre descalço ou com meias. Tem os sapatos que precisa! Adequados aos seus, delicados, pés.

” A criança ama a luz, as flores, ama ver os animais moverem-se, isto porque, a criança é um observador finíssimo que sabe ordenar as imagens. A criança move-se para satisfazer a sua paixão de observar. Ela observa a boca do indivíduo adulto que fala. Não precisamos de gritar!

É necessário que o indivíduo adulto procure adquirir uma inteligência sobre a necessidade infantil e diminua o seu próprio orgulho de escultor.” (In, a criança na família)

Follow the Child

Follow the child 2

O F. começa a identificar as cores. Já reconhece as primárias e outras mais usadas por nós.

Hoje é daqueles dias chuvosos em que ficamos em casa! Cansada, interrompi a brincadeira do F. para lhe oferecer o estojo dos lápis. A ideia era de começar a fazer um desenho para o dia do Pai. O resultado…

Tudo espalhado no chão. Não havia vontade de pintar! Fiz mal! Interrompi-o! Tirei-lhe a concentração daquilo que ele estava a fazer. Depois de lhe pedir desculpa, perguntei se queria fazer um jogo novo das cores. Disse que sim todo entusiasmado!

Estivemos um bom pedaço de tempo a reconhecer as cores, a agrupa-las e no fim acabou por arrumar comigo.

Follow the child… Seguir a criança…

Perceber o que ela quer, perceber o que ela necessita. Dar-lhe. Com simplicidade e naturalidade. Estar.

O nosso dia a dia é assim. De erros e vitórias. De compreensão e dedicação. De muito amor!

A Natureza das Crianças

Montessori fala sobre um conceito importante. Normalização! Em que consiste? Devolver a natureza, a normalidade à criança. É a recuperação por parte da criança, de tendências que lhe são naturais.

Montessori nas suas observações concluiu que, ao contrário do que muitos pensam, a criança gosta de ordem, do silêncio, da simplicidade e do belo. Dá natureza.

Os adultos, muitas vezes, alheios a esta verdade e querendo fazer o melhor que sabem, enchem os quartos de brinquedos. Brinquedos que brincam sozinhos, que falam e são muito luminosos. E porque dá trabalho e consideram as crianças desarrumadas, deixam os brinquedos espalhados pela casa….( a partir dos 2/3 anos podemos começar a ensinar a arrumar com muita tranquilidade ).

No livro mente absorvente, Montessori refere que a sociedade agrupa as crianças em:

Más porque têm defeitos que devem ser tratados;

Boas porque são passivas e se portam bem. Não dão trabalho;

Superiores porque são autónomas, criativas…

E é interessante perceber que ainda continua esta divisão!!

E como devolver a normalidade às crianças? Ou para os pais mais atentos, como respeitar a natureza das nossas crianças?

  • Ama-las, ama-las, ama-las. Dar-lhes carinho em qualquer situação;
  • Estar conectado com os filhos. Atento às suas necessidades. Dar-lhes segurança em qualquer situação;
  • Providenciar um ambiente preparado onde a criança possa ser livre. Uma criança que possa escolher o que quer fazer ou brincar, concentra-se na tarefa, sente-se entusiasmada e consegue ser verdadeiramente ela.

Das poucas vezes que interrompi o F. nas suas brincadeiras, arrependi-me! Dificilmente consigo que ele faça outra coisa a meu pedido. Será que eu gosto de ser interrompida quando estou a fazer algo que gosto?

E é interessante observar que esta liberdade leva ao respeito (de ambos os lados) e à obediência. Uma obediência natural, percebida, consentida por parte das crianças.

  • Respeitar o amor da criança pelo silêncio, pela simplicidade, pela ordem. Para não adotar posturas artificiais diante da sociedade.
  • Sobretudo respeitar o espaço. Escolher sabiamente os brinquedos/materiais da criança. Organizar o espaço onde ela vive.
  • E o tempo da criança. Ela não tem o mesmo tempo que os adultos! Ela está a construir um Ser Humano dentro dela. Precisa de tempo…de rotina. Respeitar o tempo dela!

Respeitando a natureza da criança, a sua vida é mais prazerosa, mais cheia de energia, de sorrisos e alegrias!

Quando há situações negativas vale a pena analisa-las. Perceber porque aconteceram. Ela está a aprender a viver….

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