Natal

4 Dicas para estares em casa com a tua criança, inspirado em Montessori

4 Dicas para estares em casa com a tua criança, inspirado em Montessori

Vivemos tempos incertos e não sabemos como serão os próximos dias. Alguns tiveram uma primeira experiência de teletrabalho que não correu muito bem, para outros foi mais tranquilo.

Como família homeschooling Montessori, veio alterar pouco as nossas rotinas, apenas fizemos alguns ajustes. E hoje vou-te falar um pouco do que podes fazer com as tuas crianças no tempo em que está em casa.

1º Prepara a tua casa para que todos se sintam acolhidos

Normalmente as crianças têm o seu quarto onde brincam e dormem, mas se preparares o resto das assoalhadas para que ela possa estar e permanecer algum tempo a fazer alguma tarefa ou brincadeira que goste, deixar-te-á mais livre.

Desta forma, coloca alguns objetos, livros ou jogos na vossa sala. Na cozinha, dá-lhe a hipótese de usar a loiça, os talheres ou outros elementos. Arranja espaço na entrada da casa para ele colocar os sapatos, os casacos e se veja ao espelho antes de sair de casa. Se passas muito tempo no escritório, dá-lhe a oportunidade de ter um canto do seu agrado para que esteja ao pé de ti enquanto trabalhas…

A ideia é que a criança, seja qualquer idade, permaneça em segurança e acompanhada enquanto tu realizas as tuas tarefas dando-lhe, ao mesmo tempo, autonomia e independência. Vais observar que à medida que cresce terá uma maior capacidade de respeitar o seu e teu espaço.

2º Organiza os brinquedos e atividades

Por vezes o quarto está cheio de brinquedos e a criança acaba por brincar sempre com os mesmos. É normal! No meio de tanta escolha, não sabe o que fazer…nós somos iguais!

Sugiro que guardes alguns brinquedos durante um tempo (talvez 15 dias) e depois troques pelos que estão no quarto. Observa antes de guardar quais são os que já não usa, troca apenas aqueles que são postos de parte. Faz isto na presença do teu filho. Acredita que permanece mais concentrado a brincar e que tu terás de comprar menos brinquedos.

Montessori fala-nos no “trabalho da criança” que consiste numa série de atividades específicas do método que têm o objetivo de desenvolver determinadas competências e habilidades. As atividades da vida prática, são aquelas que as crianças têm prazer em realizar e que muitas vezes os pais não deixam mas duas coisas deves ter em conta:

– Ao ajudar-te a apanhar a roupa, a lavar a loiça, a preparar os legumes… estão a desenvolver a mão e o cérebro, e a preparar a escrita e leitura;

– Ao ajudar-te nesta fase da sua vida, ficará a sementinha para quando for adulto, já saiba organizar as tarefas de casa, não dependendo de ninguém.

Podes construir as atividades ou aproveitar material que já tens em casa, e o mais indicado é observares o teu filho e perceber o que ele mais gosta de fazer…

3º Arruma o quarto do teu filho, se fizer sentido, separando o espaço de brincar, de aprendizagem e de dormir. E se fizer sentido, também o espaço de higiene. O objetivo é que ele se sinta organizado e perceba onde estão as coisas a serem utilizadas. Se estiver tudo junto, ele terá capacidade de distinguir quando brincar ou aprender de forma mais formal. Encontrará ordem exterior e desenvolverá a sua ordem interior.

As crianças não são desarrumadas! Elas precisam de ordem e com o seu crescimento vão aprendendo a adquirir esta qualidade e habilidade. Tem paciência e ensina-o a arrumar. Não arrumes por ele, mas diz-lhe onde terá de colocar cada objeto que retirou do lugar.

4ª Por último, tem consciência que as crianças precisam da tua presença o que não é o mesmo que estares dependente deles. Terás sempre de ocupar o teu tempo dando-lhe a tua companhia e atenção. Se te mentalizares disto, encontrarás um horário durante o dia para organizares a tua vida pessoal, familiar e profissional.

Bom trabalho

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O Natal de 2020 pode ser diferente…

natal de 2020

Estamos a aproximar do Natal. Começamos a viver a pressão dos presentes, as luzes, os encontros que não sabemos como se vão realizar, enfim…para muitas famílias esta época é vivida com algum stress e ansiedade, para outras já conseguem vivenciá-lo com mais tranquilidade e longe dos grandes centros urbanos.

Seja qual for a situação, podemos sempre acrescentar conhecimento para que os nossos filhos tenham alternativas mais saudáveis que os ajudem a vivenciar este tempo que é tão importante nas suas vidas.

Fui criada no seio de uma família tradicional cristã. Sempre celebramos o Natal em família onde um dos adultos fantasiava-se de Pai Natal e os mais pequenos (que eram muitos) abriam os presentes depois da Ceia de Natal. Cresci a acreditar no Pai Natal…

Quando conheci o método Montessori e sabendo da importância que é dada à infância, atrevi-me a procurar como celebrar o Natal e descobri uma nova forma de Ser e Estar mais genuína e com muito mais sentido.

Vamos então esclarecer alguns conceitos importantes para que consigamos perceber e quem sabe, este Natal possa ser diferente fazendo mais sentido nas vossas vidas.

Montessori ensina-nos que a fantasia e a imaginação são conceitos diferentes e que as crianças até aos seis anos não devem ser expostas à fantasia, isto porque a sua mente não é capaz de diferenciar o que é real de ficção, podendo mesmo criar confusão na construção da visão do mundo.

A partir dos seis anos e porque já está a desenvolver uma mente abstrata, podem ser as histórias muito enriquecedoras. As crianças têm já um extenso conhecimento do mundo e a capacidade de distinguir o que é real ou não.

Desta forma, Montessori não concorda que a fantasia seja imposta às crianças, valorizando a imaginação que parte da realidade de cada criança.

Imaginação nasce da mente da criança e é algo que ela cria a partir da informação real que tem. Surge da inteligência, da verdade e ultrapassa os limites da realidade. A fantasia nasce da imaginação de outra pessoa e por isso é transmitida em forma de crença e obrigação. A criança não cria, ela apenas acredita na imaginação do outro. Nas histórias, os protagonistas não são reais, personificando conceitos de beleza e do bem.

Por tudo isto, como fica o papel do Pai Natal?

Devemos dizer a verdade sobre esta personagem?

Como te sentes quando descobriste a verdade sobre o Pai Natal?

Vivemos tempos conturbados e sem algum rumo mas muitos de nós sente já a necessidade de educar de forma mais consciente e genuína e por isso não faz sentido usar o Pai Natal como aquele velhinho com barbas que trás as prendas e as coloca na chaminé porque nos portamos bem ao longo do ano.

Se a nossa comunicação é mais autêntica para que a relação com as nossas crianças seja mais verdadeira e de confiança mútua, não faz sentido mentir nesta época do ano.

A magia nunca vai desaparecer. O Pai Natal continua por aqui (ele personifica algumas ideias importantes: a bondade, generosidade, gratidão…) mas os heróis, os bons somos nós! Sim, somos nós pais, mães, tios ou avós, amigos que amam as crianças e que na verdade partilham amor, cuidado, alegria quando oferecem os presentes.

Quantos de nós condiciona a oferta das prendas consoante o comportamento da criança? A ideia do prémio: só é merecedora se teve boas notas, se teve um bom comportamento mas a criança porta-se sempre bem se ao seu redor o ambiente e os adultos estiverem preparados para acolhê-la. E ainda por cima é uma figura que oferece…

O nosso mundo é maravilhoso! É lindo! É cheio de amor, de solidariedade, não precisa de personagens fictícias para nos mostrar isso mesmo. Quando mostramos à criança esta forma de viver e sentir, ela percebe que é amada por aqueles que a rodeiam e que todos desejamos um mundo melhor.

Há quatro anos fui mãe, optamos por mostrar esta perspetiva ao nosso filho. Ao início com algum receio porque não é muito comum mas é tão maravilhosa a sua forma de estar no mundo que todos os Natais agradeço a Montessori por me ajudar na sua educação.

Continua a existir magia nesta época…quando montamos a árvore de natal e o presépio explicando o significado histórico e bíblico, ao som de músicas natalícias.

Continua a existir magia quando criamos o calendário do advento e ao longo dos dias vamos destralhando para que o Natal de outros meninos possa existir.

Existe magia nas luzes a piscar, na lareira acesa, no quentinho das pantufas, nos presentes oferecidos com muito amor.

Existe magia de Natal ao passearmos na Natureza aproveitando para apanhar elementos e decorar a casa de uma forma mais sustentável.

Existe magia quando percebemos como os outros meninos celebram o Natal, nas diferentes partes do globo, sabendo que a nossa maneira de celebrar não é a única.

Magia quando contamos a vida de São Nicolau..

Existe magia quando potenciamos a imaginação da criança que vivencia o Natal a partir dela própria e assim a desenvolver todo o seu Ser (humano e espiritual).

Temos sempre a possibilidade de continuarmos a fazer tudo igual da forma como vivenciamos durante a nossa vida mas se acreditamos numa Nova Humanidade a partir da criança, é nosso dever fazer diferente. Mostrar-lhes novas formas de celebrar o Natal…

Vamos a tempo de fazer diferente este ano… Um ano que foi diferente em tudo!

Aceitas o convite?

 

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O que nos dizem as nossas mãos?

Não vou fazer nenhuma interpretação da minha mão, não. Não sou a pessoa mais indicada para isso. Talvez fosse interessante mas como tenho muitas dúvidas acerca do que dizem nunca caí nessa aventura. O que sei é que cada mão representa uma história de vida… isso eu acho maravilhoso!

Umas mãos mais calejadas de trabalhar a terra, outras mais finas por se tocar guitarra, ou ainda, aquelas muito macias e com unhas bem arranjadas. Gosto de ver uma mão bonita!

Com as mãos podemos fazer muita coisa e não me imagino sem elas. Agarrar, empurrar, tocar, partir, levantar, folhear… Sem elas sinto-me despida.

Agradeço as minhas mãos! São delicadas e fazem coisas muito belas. Acredito que, tocar guitarra durante tantos anos, ajudou-me a respeita-las.

Montessori dá muita importância às mãos da criança. Elas estão ligadas ao cérebro e desenvolvem-no. “Não dê mais ao cérebro do que dá às mãos.”

Sabemos que ao desenvolver as mãos desenvolvemos o cérebro e daí termos atividades, desde o início de vida da criança, para que esta seja responsável pelo seu desenvolvimento. Atividades de vida prática e sensorial que consistem em exercícios para capacitar os dedos e a pinça feita por eles, o pulso e a sua rotação, transferir de uma mão para a outra e a pega de objetos. Tudo isto leva não só ao desenvolvimento das capacidades mas também à preparação da escrita quando a criança for mais crescida.

Que delicadas são as nossas mãos e quanto são importantes! Cuidemos delas!

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Adulto preparado I – conhecermo-nos melhor

Gosto muito de ler e reler os escritos de Maria Montessori sobre este tema, adulto preparado. Há sempre uma novidade que me ensina a ser melhor mãe, apesar de todas as minhas imperfeições.

Pela experiência que tenho adquirido nestes 17 meses de maternidade, considero que é preciso aprender a ser pai ou mãe.

Até podemos “ter jeito” ou “saber umas coisas” mas todos os dias são uma novidade, as crianças são todas diferentes, e há soluções novas para problemas velhos. Explico-me melhor… há temas universais como as birras, os castigos, os elogios, o desfralde, etc que hoje em dia vemos as suas soluções com novas abordagens. Na verdade as abordagens já existiam mas por alguma razão só agora são válidas.

Ser adulto preparado passa por nos conhecermos melhor. Reconhecer as nossas crenças, os nossos valores, as nossas emoções. Saber quem somos, o que queremos ser como pessoas e pais, o que andamos aqui a fazer…

Desta forma é mais fácil comunicar com os nossos filhos. Não vacilamos, facilmente, porque sabemos realmente aquilo que queremos transmitir.

E o que podemos fazer para nos conhecermos melhor?

  • pedir ajuda. Coaching, aconselhamento, psicologia …
  • meditar
  • observar as nossas reações, pensamentos, decisões. Anota-los. Revê-los e tirar conclusões à cerca deles.

Não é fácil. Mas vale muito a pena!

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Paragem

É tão bom quando no meio de uma semana de trabalho, o pai, está connosco!

Passear em família! Não é preciso fazer grandes distâncias nem fazer grandes visitas planeadas, mas ajuda ir a lugares onde nos sentimos bem! Perto do mar!

Olhar o horizonte, respirar fundo, sorrir e agradecer. Já fazemos, isto, os três! O F. gosta de respirar fundo! Gosta de sorrir e rir. Gosta de dar abraços e beijinhos. É possível fazer muito com tão pouco (achamos nós).

E aproveitamos para apreciar a natureza e tudo aquilo que ela nos dá. O mar. Os animais que podemos encontrar na água. O céu e os passarinhos. Ouvir o seu canto. Observar e estar atento. Não ter pressa para ir embora mas ter o ritmo do bebé (nem sempre é fácil).

Agradecer por sermos família. Família imperfeita e feliz. Agradecer a cada um de nós. Somos os três diferentes e gostamos muito de estar juntos. Agradecer a Deus que nos ama e cuida de nós.

Cuidar. Agradecer. Ser feliz todos os dias.

Paragem

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