Katya

Sou uma mulher, mãe pragmática, visionária, criativa e com imensa vontade de viver e transformar o mundo. Adoro crianças e acredito que só com elas podemos melhorar a nossa Humanidade!

O Autocuidado é importante

Talvez penses que este tema já está muito batido, autocuidado para aqui, autocuidado para ali… e mesmo assim, já cuidas de ti todos os dias?

Eu era daquelas pessoas que não tinha tempo para cuidar de mim continuamente, melhor, cuidava quando me lembrava, no entanto percebi que se desejas aumentar a tua consciência e melhorar a relação com as tuas crianças, necessitas urgentemente de criares um pequeno ritual de autocuidado. Nos dias que correm, o autocuidado deixou de ser algo supérfluo para ser um momento extremamente importante.

Podes começar por poucos minutos e depois ires aumentando, pois o importantes é a consistência. Levanta-me alguns minutos antes e bebe um copo de água morna com limão, depois faz 5 minutos de respiração ativa, a tua meditação e por fim escreve algumas linhas no teu caderno diário, sobre o que vivenciaste. 

A respiração ativa, se não sabes o que é, podes pesquisar no Youtube, mas consiste em expirares com determinação, ou seja, respirações profundas fazendo movimentos com os braços, de cima para baixo, ao mesmo tempo. A meditação pode ser aquele momento de silêncio, deixando ir e vir os teus pensamentos, acrescentar um mantra, ou fazer uma meditação guiada. Quando escreves o que te veio à mente ou sentiste no corpo é sempre uma mais valia ficar registado, pois faz parte da tua auto-observação. Desta forma, vais conhecendo os teus padrões e a possibilidade de os melhorares. 

Convidava-te, se ainda não o fazes, de olhares para ti com amor. És uma pessoa preciosa e imprescindível. Não existe outra igual a ti, és única. 

Se sentires dificuldade em começar o teu ritual, envia-me uma mensagem. Vamos juntas. Um abraço de luz.

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A Alegria de Aprender em Qualquer Lugar

Quando nascemos somos livres! Observamos uma criança que cresce e sentimos a sua liberdade… à medida que cresce e aos poucos, a sua alegria, a sua liberdade diminui. Vivemos numa sociedade e desde muito cedo agarramo-nos a crenças, regras para pertencermos a grupos e, sem muitas vezes darmos por isso, a nossa liberdade é engolida! Fazemos comparações, julgamentos sobre a vida dos outros, daquilo que gostávamos de ter e não temos… enfim! 

A organização da sociedade é tal que na escolha das crianças irem para escola, nem se questiona se haverá outra alternativa à educação. O mundo não se criou com a escola, mas sim com seres que se relacionam entre si. A escola é um acréscimo da forma como a sociedade se foi formando. As escolas não vivem os melhores momentos até pelo contrário, e o que fazemos para melhorar?

Nesta família optamos por dar um ensino mais adequado e centrado na criança. Escolhemos o ensino doméstico e com ele toda a educação que a família proporciona nestes moldes. Estamos abertos ao mundo e não estamos fechados em quatro paredes, a socialização é feita com pessoas de todas as idades, o currículo não se baseia apenas nos manuais escolares, mas numa vastidão de interesses e opções que podemos escolher conhecer, a qualquer hora e em qualquer momento. Por ser professora, tenho a possibilidade de atravessar diferentes pedagogias, e faço isso entre o tradicional e Montessori.

Damos ênfase aos valores humanos, à liberdade,  ao respeito, ao autocuidado e cuidado do outro, à aprendizagem de todos (família e pais). Partilhamos amor e paz!

Em Portugal o ensino doméstico está regulamentado pelo Decreto-Lei nº 70/2021, segue algumas regras, no entanto todas as famílias podem escolher este tipo de ensino. E em qualquer altura podemos voltar à escola, ou vice-versa.

Quanto aos pais, não há qualquer ajuda. É como se não existissem, é como se fossem desempregados porque não descontam, não estão a trabalhar! Então é preciso, não só organizar a vida de forma a não faltar nada, mas também perceber que só um grande amor nos move! Por aqui o pai trabalha e a mãe professora, guia Montessori, para além de estar e ensinar a criança durante o dia, arranja tempo para ter o seu projeto online acompanhando famílias que desejam educar os seus filhos “sem caixa”.

A liberdade é um valor enorme e dar a possibilidade de a criança ser livre depende das nossas escolhas!

Estamos juntas pelas nossas crianças!

Maria Montessori

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O que significa consciente?

Sinto que andamos, agora, com a palavra consciente sempre pronta a ser dita! Parentalidade consciente, família consciente, crianças conscientes, professores conscientes e por aí adiante!

Outro dia, quando estava a partilhar com uma colega a sinopse do meu próximo curso, esta palavra apareceu, é muito vaga… e perguntou-me o que isso significava. Lá expliquei e no meio de conclusões, percebi que consciente tem muito a haver com o que tu pensas sobre ti, os teus valores, as tuas crenças, no final de contas a tua existência. E quando ouvimos esta palavra na educação, tornar-se para nós um grande desafio e responsabilidade, pois educar segundo a nossa consciência tem muito que se lhe diga! Estará a nossa consciência digna de ser imitada pelos mais novos? O que andamos a fazer conscientemente, se a maior parte das vezes agimos inconscientemente? Quais são os nossos valores? Estarão atualizados aos tempos de agora?

Apareceu a Parentalidade Consciente que consiste em educar segundo alguns valores e princípios que deverão estar em sintonia com o que nós queremos fazer no quotidiano para termos uma vida mais saudável, feliz e consciente com os nossos filhos, isto é, na prática os valores das crianças também contam e devem ter o mesmo valor do que os dos adultos.  Só conseguimos praticar esta parentalidade quando todos somos ouvidos e fazemos parte das pequenas ou grandes decisões da vida. É a partir desta nossa consciência e deste momento que a nossa caminhada começa como educadores conscientes e com desejo de transformar vidas.  Mas não são as vidas das nossas crianças que vão ser transformadas, são as nossas vidas para que consigamos chegar até elas como pessoas de igual valor a nós.  

Deixemos as crianças em paz! Elas são sábias, têm a sua personalidade, os seus desejos, sonhos, têm as suas opiniões, desde sempre, são conscientes e nós com esta mania de querer o melhor para elas, muitas vezes tropeçamos e custa-nos pedir ajuda para levantar. 

Este ano podes fazer diferente, confia na tua criança. Confia nela quando diz que não quer ir à escola, confia nela quando se queixa da professora, confia nela quando diz que gosta de alguém, confia nela quando te pede para comprares alguma coisa, confia nela, confia na tua criança! E a partir desta confiança vem tudo o resto, as tuas respostas, o teu consentimento ou negação aos seus desejos. Tudo começa a fazer mais sentido, a vida começa a fluir, a crescer e as pequenas transformações acontecem. E no final de cada processo, a grande transformação está lá!

E porque somos responsáveis pela educação da geração mais nova… o que é para ti a consciência? Quais são os teus valores? Quais os valores que tens e estão em sintonia ou não, com os da tua criança? O que fazes para seres um adulto mais consciente digno de imitação?

Há muito mais sobre parentalidade consciente a ser dito. Falo do meu coração, neste momento.

Estamos juntos pelas nossas crianças. 

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O que te transmite a época de verão, com as férias das crianças?

Chegaram as férias escolares com as crianças a regressarem à escola em setembro. Ainda sou do tempo em que as férias GRANDES eram mesmo grandes e aproveitava para NÃO fazer nada! Mesmo nada! Ficava em casa, muitas vezes sozinha e sem telemóvel ou então ia para o emprego da minha mãe ou do meu pai.

Eram tempos muito bons! Adorava ir para o emprego dos crescidos! E era super bem tratada! Gostava de tirar fotocopias no banco onde o meu pai trabalhava, ao estar presente nas reuniões de final de ano letivo da minha mãe, ou então ficar com as auxiliares educativas a fazer limpeza das salas. Sentia-me importante! Faziam tudo para me agradar. Às vezes tinha companhia, porque iam outras crianças, filhos de colegas e nesses dias a brincadeira era uma descoberta! Sabíamos que todos os anos, haveria aquele reencontro.

Hoje, dou conta que a partir de abril/maio começam as dores de cabeça para os pais por causa das férias. Onde vou colocar os meus filhos durante o período de férias grandes?

Observamos nas redes sociais e em sites da especialidade imensas ofertas para este período do ano. Com diferentes valores e diversas atividades. A cada ano que passa, aquilo que se oferece é quase um programa para adultos!

Educamos crianças como mini-adultos, e mesmo por trás de boas intenções há sempre um objetivo na mente do adulto. Programas não só para entreter, mas ao mesmo tempo com muita aprendizagem. As crianças precisam de estar sempre a aprender! Como os adultos! E esses programas vendem… e se vendem…

Um dia, estava à conversa com uma amiga mãe de três filhos crescidos, que me dizia que um dos filhos numa dada altura da vida não queira fazer nada. Chegavam as férias e preferia ficar em casa, sozinho. Lia e via televisão. Entretinha-se com as coisas dele. Perguntei qual tinha sido o desfecho final e ela respondeu-me que hoje era uma pessoa bem sucedida, excelente ser humano!

Fiquei super agradecida pela partilha. Na verdade, fez-me confiar ainda mais na criança que tenho em casa quando me diz que prefere fazer preguiça em vez de ir a encontros de comunidades ou atividades criativas.

Sei que quando respeito a sua vontade, e encontrando uma solução para toda a família, a criança desenvolve o seu musculo interior, a sua interioridade. São os momentos de NÃO fazer nada, em que a criança mais cresce! Não aos nossos olhos, mas aos olhos de quem interessa, os dela!

Os pais de hoje têm muitos medos! Medo de deixar as crianças sozinhas, medo das crianças não aprenderem, medo das crianças não saberem nadar ou não falarem inglês, medo das crianças não serem pequenos chefes de cozinha ou não se darem com os outros, de não saberem ler aos dois anos ou não falarem mandarim! Medo, medo, medo…

E para não sentirem tanto peso na consciência, nesta época do ano, colocam os miúdos nos programas de férias para aprenderem tudo o que UMA vida oferece! Como se o mundo fosse acabar amanhã! Tranquilos! Tranquilos! A tua criança é mais inteligente do que tu! Ao seu ritmo, ela irá dar conta daquilo que não teve oportunidade de aprender. Confia mãe! Confia pai!

Este ano resolvi dar preguiça nas férias. Arranjar um programa cheio de preguiça, em que o objeto mais amado são os livros!

Estamos juntas? Fazemos um programa cheio de preguiça para os mais novos?

 

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Sobre Mim

Amo a VIDA! Acredito nas pessoas e num mundo melhor! Olho para as crianças com a plena consciência que são a base da Humanidade, por isso como Adultos Preparados precisamos que as observar e guiar para melhor as compreender!

Sou licenciada em gestão de empresas. Professora do 2º ciclo de Matemática. Neste momento sou Mãe homeschooler Montessori onde pratico o método com o meu filho de 4 anos. Sou facilitadora de Parentalidade Consciente e Coach Educacional. Assistente Montessori 3-6 anos. Estudo, neste momento, a pedagogia para crianças entre os 6-12 anos.
Gosto muito de ler, ouvir música, meditar e fazer exercício físico. De cantar! Sou apaixonada por tudo o que envolvam tecidos, lãs, linhas e afins…sou modelista de vestuário.

” A grandeza da personalidade humana começa com o nascimento do homem… A educação não é o que o educador ensina, mas é um processo natural que se desenvolve espontaneamente no individuo humano”

Maria Montessori

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Celebrar o Aniversário em Montessori

imagens aniversario ncom montessori

Em meados de Novembro celebramos 4 anos de vida do nosso filho e fez todo o sentido fazê-lo ao ritmo Montessori… As festas tradicionais de aniversário focam-se nos presentes e na comida e é um hábito tão enraizado que acabamos por fazer sempre da mesma maneira.

Na pedagogia Montessori, a vivência é outra, a cultura está muito presente na vida das crianças, a descoberta de como o outro vive, como se comporta mesmo num país diferente do seu, tudo o que envolve o mistério do Universo, dos planetas e galáxias é transmitido de forma a gerar na criança um sentimento de confiança e solidariamente em relação aos outros pois descobre que, por mais diferentes que sejamos, todos estamos ligados neste imenso Universo. Temos de cuidar uns dos outros e não apenas daqueles que estão próximos de nós.

Neste dia a criança tem a oportunidade de, tal como a Terra leva um ano a dar a volta do Sol, de passar em memórias os anos que já viveu e festejar.

É um dia de celebração em que este ano não tivemos convidados mas houve um bolo de aniversário super saboroso e saudável feito a quatro mãos pelo filho e pelo pai.

Reunimos várias fotografias dos quatro anos do filho, uma vela que simboliza o Sol, um pequeno globo pintado por nós que simboliza a Terra e doze pequenas tiras de papel com os doze meses do ano. Sentamo-nos no chão, numa linha imaginária da circunferência, colocamos a Luz no centro, as fotografias dispostas também em circunferência e a criança deu quatro voltas, uma por cada ano já vivido tal como a Terra anda à volta do Sol.

Tivemos oportunidade de observar as suas fotografias, recordar e contar as suas histórias por palavras. É um momento muito bem passado onde há oportunidade de agradecer o Dom da Vida e dar significado a cada momento vivido ao longo destes quatro anos. A criança pode assim, em cada ano que passa, e no dia do seu aniversário fazer um pequeno balanço, lembrar histórias, recordar pessoas, fazer memória. Focar no realmente é importante, a Sua História.

Quando há possibilidade de ter a família e outros convidados, a celebração é ainda mais vivida pois todos se envolvem e acabam por conhecer e experienciar com a criança os momentos importantes da sua vida. São celebrações memoráveis! Este pode ser um momento da festa. Mais ou menos prolongado. Para o resto do tempo, há que ter criatividade, também!

Há a possibilidade de recolher alguns objetos importantes da criança e coloca-los numa caixa e ela, com as fotos, poder falar sobre eles dando-lhes vida…

Para nós tem sido uma experiência muito interessante. E à medida que a criança vai crescendo, tudo toma mais sentido!

Dispostos a experimentar?

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4 Dicas para estares em casa com a tua criança, inspirado em Montessori

4 Dicas para estares em casa com a tua criança, inspirado em Montessori

Vivemos tempos incertos e não sabemos como serão os próximos dias. Alguns tiveram uma primeira experiência de teletrabalho que não correu muito bem, para outros foi mais tranquilo.

Como família homeschooling Montessori, veio alterar pouco as nossas rotinas, apenas fizemos alguns ajustes. E hoje vou-te falar um pouco do que podes fazer com as tuas crianças no tempo em que está em casa.

1º Prepara a tua casa para que todos se sintam acolhidos

Normalmente as crianças têm o seu quarto onde brincam e dormem, mas se preparares o resto das assoalhadas para que ela possa estar e permanecer algum tempo a fazer alguma tarefa ou brincadeira que goste, deixar-te-á mais livre.

Desta forma, coloca alguns objetos, livros ou jogos na vossa sala. Na cozinha, dá-lhe a hipótese de usar a loiça, os talheres ou outros elementos. Arranja espaço na entrada da casa para ele colocar os sapatos, os casacos e se veja ao espelho antes de sair de casa. Se passas muito tempo no escritório, dá-lhe a oportunidade de ter um canto do seu agrado para que esteja ao pé de ti enquanto trabalhas…

A ideia é que a criança, seja qualquer idade, permaneça em segurança e acompanhada enquanto tu realizas as tuas tarefas dando-lhe, ao mesmo tempo, autonomia e independência. Vais observar que à medida que cresce terá uma maior capacidade de respeitar o seu e teu espaço.

2º Organiza os brinquedos e atividades

Por vezes o quarto está cheio de brinquedos e a criança acaba por brincar sempre com os mesmos. É normal! No meio de tanta escolha, não sabe o que fazer…nós somos iguais!

Sugiro que guardes alguns brinquedos durante um tempo (talvez 15 dias) e depois troques pelos que estão no quarto. Observa antes de guardar quais são os que já não usa, troca apenas aqueles que são postos de parte. Faz isto na presença do teu filho. Acredita que permanece mais concentrado a brincar e que tu terás de comprar menos brinquedos.

Montessori fala-nos no “trabalho da criança” que consiste numa série de atividades específicas do método que têm o objetivo de desenvolver determinadas competências e habilidades. As atividades da vida prática, são aquelas que as crianças têm prazer em realizar e que muitas vezes os pais não deixam mas duas coisas deves ter em conta:

– Ao ajudar-te a apanhar a roupa, a lavar a loiça, a preparar os legumes… estão a desenvolver a mão e o cérebro, e a preparar a escrita e leitura;

– Ao ajudar-te nesta fase da sua vida, ficará a sementinha para quando for adulto, já saiba organizar as tarefas de casa, não dependendo de ninguém.

Podes construir as atividades ou aproveitar material que já tens em casa, e o mais indicado é observares o teu filho e perceber o que ele mais gosta de fazer…

3º Arruma o quarto do teu filho, se fizer sentido, separando o espaço de brincar, de aprendizagem e de dormir. E se fizer sentido, também o espaço de higiene. O objetivo é que ele se sinta organizado e perceba onde estão as coisas a serem utilizadas. Se estiver tudo junto, ele terá capacidade de distinguir quando brincar ou aprender de forma mais formal. Encontrará ordem exterior e desenvolverá a sua ordem interior.

As crianças não são desarrumadas! Elas precisam de ordem e com o seu crescimento vão aprendendo a adquirir esta qualidade e habilidade. Tem paciência e ensina-o a arrumar. Não arrumes por ele, mas diz-lhe onde terá de colocar cada objeto que retirou do lugar.

4ª Por último, tem consciência que as crianças precisam da tua presença o que não é o mesmo que estares dependente deles. Terás sempre de ocupar o teu tempo dando-lhe a tua companhia e atenção. Se te mentalizares disto, encontrarás um horário durante o dia para organizares a tua vida pessoal, familiar e profissional.

Bom trabalho

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O Natal de 2020 pode ser diferente…

natal de 2020

Estamos a aproximar do Natal. Começamos a viver a pressão dos presentes, as luzes, os encontros que não sabemos como se vão realizar, enfim…para muitas famílias esta época é vivida com algum stress e ansiedade, para outras já conseguem vivenciá-lo com mais tranquilidade e longe dos grandes centros urbanos.

Seja qual for a situação, podemos sempre acrescentar conhecimento para que os nossos filhos tenham alternativas mais saudáveis que os ajudem a vivenciar este tempo que é tão importante nas suas vidas.

Fui criada no seio de uma família tradicional cristã. Sempre celebramos o Natal em família onde um dos adultos fantasiava-se de Pai Natal e os mais pequenos (que eram muitos) abriam os presentes depois da Ceia de Natal. Cresci a acreditar no Pai Natal…

Quando conheci o método Montessori e sabendo da importância que é dada à infância, atrevi-me a procurar como celebrar o Natal e descobri uma nova forma de Ser e Estar mais genuína e com muito mais sentido.

Vamos então esclarecer alguns conceitos importantes para que consigamos perceber e quem sabe, este Natal possa ser diferente fazendo mais sentido nas vossas vidas.

Montessori ensina-nos que a fantasia e a imaginação são conceitos diferentes e que as crianças até aos seis anos não devem ser expostas à fantasia, isto porque a sua mente não é capaz de diferenciar o que é real de ficção, podendo mesmo criar confusão na construção da visão do mundo.

A partir dos seis anos e porque já está a desenvolver uma mente abstrata, podem ser as histórias muito enriquecedoras. As crianças têm já um extenso conhecimento do mundo e a capacidade de distinguir o que é real ou não.

Desta forma, Montessori não concorda que a fantasia seja imposta às crianças, valorizando a imaginação que parte da realidade de cada criança.

Imaginação nasce da mente da criança e é algo que ela cria a partir da informação real que tem. Surge da inteligência, da verdade e ultrapassa os limites da realidade. A fantasia nasce da imaginação de outra pessoa e por isso é transmitida em forma de crença e obrigação. A criança não cria, ela apenas acredita na imaginação do outro. Nas histórias, os protagonistas não são reais, personificando conceitos de beleza e do bem.

Por tudo isto, como fica o papel do Pai Natal?

Devemos dizer a verdade sobre esta personagem?

Como te sentes quando descobriste a verdade sobre o Pai Natal?

Vivemos tempos conturbados e sem algum rumo mas muitos de nós sente já a necessidade de educar de forma mais consciente e genuína e por isso não faz sentido usar o Pai Natal como aquele velhinho com barbas que trás as prendas e as coloca na chaminé porque nos portamos bem ao longo do ano.

Se a nossa comunicação é mais autêntica para que a relação com as nossas crianças seja mais verdadeira e de confiança mútua, não faz sentido mentir nesta época do ano.

A magia nunca vai desaparecer. O Pai Natal continua por aqui (ele personifica algumas ideias importantes: a bondade, generosidade, gratidão…) mas os heróis, os bons somos nós! Sim, somos nós pais, mães, tios ou avós, amigos que amam as crianças e que na verdade partilham amor, cuidado, alegria quando oferecem os presentes.

Quantos de nós condiciona a oferta das prendas consoante o comportamento da criança? A ideia do prémio: só é merecedora se teve boas notas, se teve um bom comportamento mas a criança porta-se sempre bem se ao seu redor o ambiente e os adultos estiverem preparados para acolhê-la. E ainda por cima é uma figura que oferece…

O nosso mundo é maravilhoso! É lindo! É cheio de amor, de solidariedade, não precisa de personagens fictícias para nos mostrar isso mesmo. Quando mostramos à criança esta forma de viver e sentir, ela percebe que é amada por aqueles que a rodeiam e que todos desejamos um mundo melhor.

Há quatro anos fui mãe, optamos por mostrar esta perspetiva ao nosso filho. Ao início com algum receio porque não é muito comum mas é tão maravilhosa a sua forma de estar no mundo que todos os Natais agradeço a Montessori por me ajudar na sua educação.

Continua a existir magia nesta época…quando montamos a árvore de natal e o presépio explicando o significado histórico e bíblico, ao som de músicas natalícias.

Continua a existir magia quando criamos o calendário do advento e ao longo dos dias vamos destralhando para que o Natal de outros meninos possa existir.

Existe magia nas luzes a piscar, na lareira acesa, no quentinho das pantufas, nos presentes oferecidos com muito amor.

Existe magia de Natal ao passearmos na Natureza aproveitando para apanhar elementos e decorar a casa de uma forma mais sustentável.

Existe magia quando percebemos como os outros meninos celebram o Natal, nas diferentes partes do globo, sabendo que a nossa maneira de celebrar não é a única.

Magia quando contamos a vida de São Nicolau..

Existe magia quando potenciamos a imaginação da criança que vivencia o Natal a partir dela própria e assim a desenvolver todo o seu Ser (humano e espiritual).

Temos sempre a possibilidade de continuarmos a fazer tudo igual da forma como vivenciamos durante a nossa vida mas se acreditamos numa Nova Humanidade a partir da criança, é nosso dever fazer diferente. Mostrar-lhes novas formas de celebrar o Natal…

Vamos a tempo de fazer diferente este ano… Um ano que foi diferente em tudo!

Aceitas o convite?

 

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O que nos dizem as nossas mãos?

Não vou fazer nenhuma interpretação da minha mão, não. Não sou a pessoa mais indicada para isso. Talvez fosse interessante mas como tenho muitas dúvidas acerca do que dizem nunca caí nessa aventura. O que sei é que cada mão representa uma história de vida… isso eu acho maravilhoso!

Umas mãos mais calejadas de trabalhar a terra, outras mais finas por se tocar guitarra, ou ainda, aquelas muito macias e com unhas bem arranjadas. Gosto de ver uma mão bonita!

Com as mãos podemos fazer muita coisa e não me imagino sem elas. Agarrar, empurrar, tocar, partir, levantar, folhear… Sem elas sinto-me despida.

Agradeço as minhas mãos! São delicadas e fazem coisas muito belas. Acredito que, tocar guitarra durante tantos anos, ajudou-me a respeita-las.

Montessori dá muita importância às mãos da criança. Elas estão ligadas ao cérebro e desenvolvem-no. “Não dê mais ao cérebro do que dá às mãos.”

Sabemos que ao desenvolver as mãos desenvolvemos o cérebro e daí termos atividades, desde o início de vida da criança, para que esta seja responsável pelo seu desenvolvimento. Atividades de vida prática e sensorial que consistem em exercícios para capacitar os dedos e a pinça feita por eles, o pulso e a sua rotação, transferir de uma mão para a outra e a pega de objetos. Tudo isto leva não só ao desenvolvimento das capacidades mas também à preparação da escrita quando a criança for mais crescida.

Que delicadas são as nossas mãos e quanto são importantes! Cuidemos delas!

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Dia da Terra e a educação cósmica de Maria Montessori

Dia 22 de Abril comemora-se o Dia da Terra, e este ano faz 50 anos que se celebra este dia através de iniciativas que dão atenção e visibilidade às alterações climáticas.

No site earthday.org haverá multiplas atuações numa emissão online, ao longo de 12 horas, acompanhadas pela #EarthDay2020. Esta “maratona virtual” foi a forma de assinalar a data, num ano marcado pela pandemia de Covid-19 e as limitações à aglomeração de pessoas.

Acredito que se Maria Montessori estivesse viva faria parte das celebrações deste dia. No seu método, um dos pilares é a educação cósmica que consiste em despertar o interesse da criança pelo mundo. E o educador deve ser encantado pelo universo para manter desperto o interesse da criança de saber sempre mais.

As crianças, neste contexto, perceberem que todas as coisas estão profundamente ligadas e que dependem umas das outras para existirem, permite desenvolver um sentimento de gratidão para com tudo o que há no mundo e perceber a ordem que está subjacente à natureza e ao universo.

Através de imagens, de histórias, de materiais concretos e belos a criança aprende a sua história que é a história de todo o universo. Ela é um ser vivo que faz parte de um universo maior que tem milhões e milhões de anos. Para além da sua família, amigos, conhecidos e pessoas com quem se relaciona, ela está ligada a outros milhões de seres e por isso se houver respeito e ordem tudo continua no seu caminho natural.

Em casa podemos fazer algumas atividades concretas e práticas: separar o lixo, não estragar comida, comprar os produtos, sempre que possível, a pequenos produtores, pintar ou desenhar livremente, fazer puzzles relacionados com o tema, palavras cruzadas etc.

Educação cósmica é uma etapa para crianças entre 6 e os 12 anos, no método Montessori e com temas bem definidos mas desde cedo os pais podem ter esta atitude de Cuidar da Terra, do Universo. Com o testemunho dos pais, as crianças aprendem melhor e fica guardado para sempre na sua mente e coração.

Se ainda não começaram a pensar nisto, hoje é o dia ideal. Dia da Terra.

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