Simplicidade Diária

Paragem

É tão bom quando no meio de uma semana de trabalho, o pai, está connosco!

Passear em família! Não é preciso fazer grandes distâncias nem fazer grandes visitas planeadas, mas ajuda ir a lugares onde nos sentimos bem! Perto do mar!

Olhar o horizonte, respirar fundo, sorrir e agradecer. Já fazemos, isto, os três! O F. gosta de respirar fundo! Gosta de sorrir e rir. Gosta de dar abraços e beijinhos. É possível fazer muito com tão pouco (achamos nós).

E aproveitamos para apreciar a natureza e tudo aquilo que ela nos dá. O mar. Os animais que podemos encontrar na água. O céu e os passarinhos. Ouvir o seu canto. Observar e estar atento. Não ter pressa para ir embora mas ter o ritmo do bebé (nem sempre é fácil).

Agradecer por sermos família. Família imperfeita e feliz. Agradecer a cada um de nós. Somos os três diferentes e gostamos muito de estar juntos. Agradecer a Deus que nos ama e cuida de nós.

Cuidar. Agradecer. Ser feliz todos os dias.

Paragem

Dia do Pai

Dia do pai 2

Hoje é um dia especial. Dia do Pai! Cá em casa celebramos, todos os dias, o Dom da Vida mas hoje relembramos o quanto o Pai Fred é importante para nós.

Este foi o cartão que o F. desenhou para o Pai e estava tão feliz quando o ofereceu…

Embora haja muita oferta de livros sobre o Pai e para o Pai, gostei do que mostro no imagem. Tem uma ilustração em que se identifica bem as personagens do Pai e do Filho. E a história conta, muito parecido, o que fazem ambos cá em casa.

Brincam, fazem comida, abraçam-se muito, contam histórias e dormem juntos. Quando a Mãe não está, é uma alegria!

Também, hoje, é dia de São José. Há poucos relatos da sua vida mas imagino ele a brincar com Jesus e a ensinar-Lhe o ofício de carpinteiro. Nós gostamos muito de José!

Feliz dia!

Aprender a andar

Aprender a andar

As crianças aprendem a andar sozinhas! Umas mais cedo do que outras, mas não conheço nenhum jovem ou adulto que não tenha aprendido a andar… E por isso é importante estarmos atentos ao que fazemos para os ensinar a andar.

Maria Montessori dá um excelente contributo sobre isso. Diz-nos que ela (a criança) quando dá os primeiros passos quer-se aperfeiçoar e por isso gosta de caminhar só por caminhar…

Ao contrário do adulto, ela quando caminha não tem como objetivo ir ao supermercado, ou à papelaria.. ela anda sem destino, sem hora marcada. Gosta de parar, de voltar atrás. De apanhar o que encontra no chão. De observar os carros a passar ou as flores e as árvores na beira da estrada.

Montessori diz que a criança quando aprende a andar e tem passos sólidos consegue percorrer 2 km.

Decidimos cá em casa fazer esta experiência, o F. andar o máximo possível a pé. Compramos um carrinho, por via das dúvidas, mas está arrumado! Usei algumas vezes quando saía sozinha com o F. e precisava de me movimentar depressa. Optamos pelo porta bebés até aprender a andar. Agora, é colinho ou perninhas a mexer… Já anda muito e acompanha-nos para todo o lado.

Em casa anda sempre descalço ou com meias. Tem os sapatos que precisa! Adequados aos seus, delicados, pés.

” A criança ama a luz, as flores, ama ver os animais moverem-se, isto porque, a criança é um observador finíssimo que sabe ordenar as imagens. A criança move-se para satisfazer a sua paixão de observar. Ela observa a boca do indivíduo adulto que fala. Não precisamos de gritar!

É necessário que o indivíduo adulto procure adquirir uma inteligência sobre a necessidade infantil e diminua o seu próprio orgulho de escultor.” (In, a criança na família)

Follow the Child

Follow the child 2

O F. começa a identificar as cores. Já reconhece as primárias e outras mais usadas por nós.

Hoje é daqueles dias chuvosos em que ficamos em casa! Cansada, interrompi a brincadeira do F. para lhe oferecer o estojo dos lápis. A ideia era de começar a fazer um desenho para o dia do Pai. O resultado…

Tudo espalhado no chão. Não havia vontade de pintar! Fiz mal! Interrompi-o! Tirei-lhe a concentração daquilo que ele estava a fazer. Depois de lhe pedir desculpa, perguntei se queria fazer um jogo novo das cores. Disse que sim todo entusiasmado!

Estivemos um bom pedaço de tempo a reconhecer as cores, a agrupa-las e no fim acabou por arrumar comigo.

Follow the child… Seguir a criança…

Perceber o que ela quer, perceber o que ela necessita. Dar-lhe. Com simplicidade e naturalidade. Estar.

O nosso dia a dia é assim. De erros e vitórias. De compreensão e dedicação. De muito amor!

A Natureza das Crianças

Montessori fala sobre um conceito importante. Normalização! Em que consiste? Devolver a natureza, a normalidade à criança. É a recuperação por parte da criança, de tendências que lhe são naturais.

Montessori nas suas observações concluiu que, ao contrário do que muitos pensam, a criança gosta de ordem, do silêncio, da simplicidade e do belo. Dá natureza.

Os adultos, muitas vezes, alheios a esta verdade e querendo fazer o melhor que sabem, enchem os quartos de brinquedos. Brinquedos que brincam sozinhos, que falam e são muito luminosos. E porque dá trabalho e consideram as crianças desarrumadas, deixam os brinquedos espalhados pela casa….( a partir dos 2/3 anos podemos começar a ensinar a arrumar com muita tranquilidade ).

No livro mente absorvente, Montessori refere que a sociedade agrupa as crianças em:

Más porque têm defeitos que devem ser tratados;

Boas porque são passivas e se portam bem. Não dão trabalho;

Superiores porque são autónomas, criativas…

E é interessante perceber que ainda continua esta divisão!!

E como devolver a normalidade às crianças? Ou para os pais mais atentos, como respeitar a natureza das nossas crianças?

  • Ama-las, ama-las, ama-las. Dar-lhes carinho em qualquer situação;
  • Estar conectado com os filhos. Atento às suas necessidades. Dar-lhes segurança em qualquer situação;
  • Providenciar um ambiente preparado onde a criança possa ser livre. Uma criança que possa escolher o que quer fazer ou brincar, concentra-se na tarefa, sente-se entusiasmada e consegue ser verdadeiramente ela.

Das poucas vezes que interrompi o F. nas suas brincadeiras, arrependi-me! Dificilmente consigo que ele faça outra coisa a meu pedido. Será que eu gosto de ser interrompida quando estou a fazer algo que gosto?

E é interessante observar que esta liberdade leva ao respeito (de ambos os lados) e à obediência. Uma obediência natural, percebida, consentida por parte das crianças.

  • Respeitar o amor da criança pelo silêncio, pela simplicidade, pela ordem. Para não adotar posturas artificiais diante da sociedade.
  • Sobretudo respeitar o espaço. Escolher sabiamente os brinquedos/materiais da criança. Organizar o espaço onde ela vive.
  • E o tempo da criança. Ela não tem o mesmo tempo que os adultos! Ela está a construir um Ser Humano dentro dela. Precisa de tempo…de rotina. Respeitar o tempo dela!

Respeitando a natureza da criança, a sua vida é mais prazerosa, mais cheia de energia, de sorrisos e alegrias!

Quando há situações negativas vale a pena analisa-las. Perceber porque aconteceram. Ela está a aprender a viver….

Independente desde cedo

Desde cedo que temos o cuidado de respeitar a independência do nosso filho. Temos aprendido com Maria Montessori!

Sabendo nós que os bebés/crianças são seres individuais e únicos, que não nos pertencem e que o nosso papel é de orientar/indicar caminhos/alternativas na vida do nosso filho, em que cada dia é uma aprendizagem!

Ter o cuidado de não atrapalhar. Estar presente mas não interferir.

Ter o cuidado de observar para melhor responder aos seus pedidos. Por exemplo, ensinar a subir e a descer do sofá!

Ter o cuidado de a cada momento ter os materiais e atividades adequados ao seu desenvolvimento. Não colocar os brinquedos/materiais todos a monte. Ir arrumando à medida que o bebé vai deixando de brincar para que o seu sentido da ordem seja respeitado. Na devida altura ensinar a arrumar. Observar quais os brinquedos que não usa para serem guardados e usados mais tarde.

Aprendi com Maria Montessori que se a criança não brinca ou não dá atenção a algum material é porque, ainda, não está preparada para ele.

Isto deu-me muita tranquilidade! O material Montessori é adequado e sabemos quando deve ser utilizado, tendo atenção o desenvolvimento da criança. Os brinquedos, às vezes, indicam um intervalo de idades muito grande e daí poder não ser apropriado para aquele momento!

Ter o cuidado de comprar material que não promova a dependência da criança em relação ao adulto. Que a criança possa brincar sozinha. Por exemplo, se o material estiver numa caixa difícil de abrir, a criança sempre que quiser brincar tem de pedir ajuda!

Ter brinquedos/materiais simples, bonitos e que façam apenas uma coisa!! É tão importante este aspeto! Quando o bebé/criança tem possibilidade de ter brinquedos assim está a potenciar a concentração.

Com 15 meses o F. começa a brincar com a pista de madeira do IKEA.

Embora esteja em cima de um chão colorido, foi a forma que encontramos mais prática de resguardar do frio vindo do chão. Mas até o chão já serve para aprender os números e as letras.

É interessante observar que, nesta idade, ele gosta de montar e desmontar. Usar peças soltas!

Para o comum dos pais, como eu o objetivo é que ela esteja montada para os carros andarem à volta sem interrupções. Mas não… ainda não estamos aí. Colocar os carros na linha, empurra-los, passar por baixo da ponte…

Enfim, observar, confiar. Sabendo que o filho tem todo o potencial. Aos pais basta respeitar e criar as condições necessárias..

Ser Pais preparados como Maria Montessori nos ensina.

Visita ao centro de ciência viva em Alviela 5

Dia de Todos Santos

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Hoje celebramos a nossa tradição, Dia de Todos Santos e cá em casa houve a oportunidade de pôr toda a gente a trabalhar.

O F. mexeu na massa com muita destreza. É já uma característica de bebés com 11 meses.

Maria Montessori dá muita importância à mão. Diz ela que a criança ao realizar uma atividade adquire novos conhecimentos que são enviados para o cérebro, desenvolvendo a mão e tornando-se mais forte e segura. Aqueles novos conhecimentos são integrados, desenvolvem o cérebro e impulsionam a nova atividade que ajudará a mão a dar mais um passo no desenvolvimento…é um novo ciclo.

A criança gosta de faz coisas… repetir até saber fazer bem, até chegar à perfeição. Por outro lado, brincar com as mãos dá-lhe a oportunidade de sentir, de conhecer com as mãos. Maravilhoso!

Os nossos bolinhos ficaram deliciosos!

Farinha, manteiga, açúcar, canela, raspa de limão, sódio, azeite e água.

Dormir

dormir 2

O dormir de uma criança é algo importante e de constante preocupação dos pais e educadores em geral. Será que o meu bebé dorme o suficiente? Será que deve dormir, já, sozinho?

Montessori ensina-nos muito sobre a o dormir das crianças. Diz que devem ser acarinhadas e muito bem tratadas. São elas os futuros homens e mulheres. Sugere que sejam deitadas numa cama baixa para que sejam capazes de observar todo o quarto. E quando começarem a mover-se o possam fazer em liberdade e segurança. Muitas vezes usa-se um colchão desde muito cedo.

Eu optei pelo berço Next to me. Desta forma, pude dar de mamar quando o F. pedia e sentiamo-nos muito próximos um do outro.

Agora já não cabe no berço e por isso coloquei-o à venda. E dorme no nosso quarto na cama de grades.

É um bebé feliz!! Feliz quando sai da cama, a gatinhar e encontra os pais. Não precisa de esperar que o venham buscar, nem chora agarrado às grades para sair da cama. Feliz e em segurança!

Porquê fazer um drama com o dormir? Porque não seguir a nossa intuição e observar a criança para perceber quando estará preparado para deixar o quarto dos pais?

Observo todos os dias o meu filho. E quando algo não flui ou não funciona, a resposta está em mim e não nele. O que está aqui a “falar”, o ego, a razão ou o coração?

Follow the Child

follow the child 1

O mundo do desenvolvimento infantil é extraordinário. E pelo facto de ter um bebé e assistir, diariamente, às suas conquistas deixa-me espantada.

Montessori fala-nos de um conceito: seguir a criança. Em que consiste? Observar, observar, continuamente observar para perceber o que ela precisa ou como a podemos orientar, naquele momento ou situação.

Dou um exemplo: compramos brinquedos. Muitas vezes as crianças pegam neles e depois põem-nos de lado. Nós dizemos que eles não gostaram… Mas será que eles estão na altura certa para os ter? Já me aconteceu isso. E fico mais descansada pois sei que mais tarde o brinquedo será usado.

Mas há brinquedos e brinquedos! É preciso estarmos, cada vez mais, atentos a isso. Brinquedos de qualidade são aqueles que não deixam a criança passiva, podem manipula-los à vontade sem dependerem da ajuda do adulto, não ofuscam com tanto cor e barulho, ecológicos (não prejudicam os outros).

O primeiro ano da criança é aquele em que há maiores transformações e aquisições, não só físicas, motoras, emocionais mas também espirituais. Estar atento, a cada dia, e perceber o que ela nos pede. Tratá-la como ser humano único e irrepetível. E lembrarmo-nos que é na infância que a Humanidade se constrói.

Observar!

observar

Observar a criança é um exercício constante no método Montessori. Quem observa é o adulto, o educador. É interessante perceber que também as crianças se observam umas às outras. No caso em que uma criança mais velha ensina uma outra criança mais nova.

Observar é mais profundo do que olhar. É preciso tempo, disponibilidade e sobretudo vontade. É necessário um esvaziamento total daquilo que temos e somos.

Observar crianças na sala de aula. Loucura total! Perda de tempo! Andar com a caderninho e escrever tudo… Nem pensar! Comecei a fazê-lo cá em casa com bastante simplicidade. Observar o F. durante 10 minutos sem nada dizer ou pedir. Anotar. Registar a evolução diária dele e perceber que entre dois dias consegue subir o colchão que está no chão. Ou que folhea com perfeição um livrinho que adora ver.

Observar sem julgar. Observar com simplicidade. Aprendi a observar… E porque as crianças, nestas idades, têm uma mente absorvente, está também ele a aprender a observar… as cores, as flores, os livros que mais gosta, a mãe e o pai.

Quando aprendi a observar o meu filho, a minha atitude modificou-se perante a sua ação. Não intervir enquanto ele brinca ou está a comer ou a ver os bonecos. Perante os acontecimentos da vida, agora, há lugar para a observação…

Não agir por impulso, não julgar. Apenas observar! Tudo o resto vem a seu tempo.

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